Tuesday, November 10, 2009

Love you, baby

Chegáste num dia de nevoeiro e sorriste com esse teu sorriso doce que, no fundo, sejamos honestos, é a única coisa da qual poderia verdadeiramente gostar em ti. Seguiram-se dias de sol e de desculpas. Muitas desculpas. E muitas risadas. Uma piada a transformar-se na curiosidade, a curiosidade a tornar-se no facínio daquilo que tu representavas. A curiosidade mordia-me por dentro.
Quando voltei a olhar para ti chovia de novo lá fora, e eu fui ter contigo certa de que não gostava de ti. Estava curiosa e tremia tal criança que não sabe bem o que fazer, toda eu gritava para dentro que não gostava de ti.

Por essa altura eu acreditava em tantas coisas... Sobretudo acreditava (ei) em ti. Ainda não sabia que o amor tanto te enche em balão como te esvazia e te rebenta por dentro deixando entranhas em sangue. Não sabia que podia doer assim, esta dor que me faz perder o controlo do meu corpo – a dor de sofoco, sabes? Aquela que não se aguenta porque o ar falta e não há nada, mais nada, que te encha de novo. É a dor estéril que têm medo do amanhã, que cresce em vão, que me faz adormecer de cansaço e choro e me levanta pela manhã de rastos e em dívida para com a vida.

Eu acordo todos os dias com uma pedrazinha no meu coração. Todos, todos, os dias. Acordo e alheia, permaneço contente por dois segundos – até que me lembro de ti, e dos dias em que me acordás-te entre kisszinhos. E me mostrás-te que a manhã, a tarde e a noite são boas alturas para se ser feliz. Depois lembro-me dos dias em que me ligáste a meio da noite só para me fazer feliz e pergunto-me aonde estarás e o que fazes, como se estivesses longe, muito longe daqui. Quando se eu quisesse, se eu fizesse um esforço, se eu somente abrisse mão deste orgulho que me vençe, poderia sorrir para ti pela manhã, mesmo que em resposta recebesse a cara-feia que fazes quando disfarças o teu sorriso. Tonto, fizéste-me sorrir.

Ainda penso em ti todos, todos, os dias. Rio sozinha, tonta, quando revisito aonde só para mim cantás-te em Jazz o “Give me your love”, só porque sim, porque eu assim queria. Choro sozinha, ainda mais tonta, quando relembro aquele carinho (aquele, na ombreira da porta, seguido do meu beijinho doce na testa, sabes?) e a tua maneira, só tua, de me fazer sentir pequenina, giantzinho. E tudo o que te disse/contei nesse dia - desculpa-me uma, outra, e outra vez...
Meu deus, fui tudo tão rápido e tão intenso, e acabou assim tão rápida e intensamente, como se algo verdadeiramente grave tivesse acontecido.

Se me perguntares hoje se gosto de ti responderei da mesma forma que respondi quando tu já sabias a resposta e eu a ignorava. Ou tinha medo de o dizer alto, desculpa. Não, não gosto só de ti. Com o tempo percebo que também gosto de mim, muito.

2 comments:

Lua said...

E dizias tu que nao se escreviam cartas de amor.

Sabes que te tenho num abraco apertado, nao sabes?

Beijos grandes

Xana said...

Li e reli.
Há sempre uma parte que insiste em nao sair de nós...
Beijo.