Descubro, nestas noites quentes, que o sentimento que me faz escrever mais e melhor é uma raiva profunda e enraizada que se solta de mim enquanto escrevo.
Quase como se estivesse sentada sobre um vulção prestes a explodir, a minha raiva escreve páginas de resultados, escrevinha teorias acertadíssimas, elabora conceitos, esplica fenómenos, debita matéria. Tenho até quase vergonha de assumir isto, mas escrevi grande parte da tese até agora de dentes cerrados, testa a criar rugas e com um ódio desmedido ao mundo. Não estou zangada – nada disso - até devo dizer que tem sido um prazer bem maior do que imaginei, mas a verdade (e eu sabia disto só nunca pensei que fosse tão forte) é que não funciono sem ser a ferros.À força.
Tenho um medo terrível desta raiva incontrolável, mas tenho hoje muito mais medo de a perder. Quando perder esta raiva baixarei os braços e sei que vou achar que não vale mais a pena o sacrifício. Assim alimento-a, e ataco dois males
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