Uma das coisas mais bonitas desta fase próspera de escrever uma Tese é o vasculhar de cadernos de laboratorio.
Nunca fui muito católica nos meus documentos, e sempre tive o hábito feinho de os prostituir com ideias soltas, desenhos, listas, colei-lhes citações que a um dado ponto me pareceram tão exactas e tornei-os verdadeiras peças de arte com motivos “push-ups” e “fold to get the overall picture”.
Encontro agora notas soltas, pensamentos tão-mas-tão tontos, declarações de amor entre cálculos dificeís de quantificação de expressão de um dado gene. Chega-me água aos olhos com tamanho legado. Sei hoje que nada daquilo que vivi, todo este manancial de emoções que circundaram o meu doutoramento estará perdido, pois viverá sempre enquanto rabisco, enquanto desenho sorridente ou citação nas minhas notas de laboratório. Que alívio.
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