Sunday, May 21, 2006

Codigo DaVinci - visão pessoal

Esta noite fui ver o filme que têm esgotado salas de cinema. Na versão inglesa; DaVinci Code

Primeiro que tudo quero reforçar que, tal como o título deste post sugere, esta é a minha visão pessoal. A opinião de alguém que não é crítico de cinema, que não têm direito á estreia do filme em Cannes (embora até gostasse!) que não têm conhecimento algum sobre efeitos sonoros ou especiais, e que apenas leu préviamente o livro no qual o filme se baseia.(Ok, bombardeiem-me com as vossas ideias...)

Quem gosta de ler, como eu, sabe que raramente o que o cinema adapta se enquadra na "nossa" visão pessoal. Porque nos embrenhamos, porque a história vive dentro de nós, porque a construímos cá dentro da forma como a gostamos de ver. Feliz ou infelizmente, não sei, raramente a vê-mos do mesmo modo do realizador (sim, excepto certos casos em que o autor é tão descritivo que é mesmo impossível falhar pormenores, mas confesso que eu nunca vi a adaptação perfeita!). Esta é, para mim, uma triste realidade, sobretudo porque acabo sempre por criar expectativas que não se verificam, tal como aconteceu esta noite...

Para quem não leu o livro e gostaria de ver o filme o melhor mesmo é não passar daqui. Passo a expor a minha incongruência entre o livro e o filme e vou, necessariamente ter que enunciar passagens do livro/filme que eventualmente quebrarão o suspanse (eu sei, só aguço mais a curiosidade...mas eu tinha que dizer isto! depois não digam que não vos avisei!)

Mas passemos á acção; Primeiro a personagem Sophie Neveu; eu até gosto da Audrey Tautou, adorei o "Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain", e acabei por simpatizar com ela ao longo do filme mas ela é tão não "a minha Sophie Neveu"...Imaginei-a diferente e com muito mais garra.

Depois o Silas. Não era Silas albino? Os albinos têm olhos vermelhos, ou quando não, olhos mesmo muito claros, não azuis forte (hei, eu conheço tipos albinos!). Mais, na "minha visão" Silas até era pro rechonchudo, não de face estreita. O Bezu Fache surpreendeu-me, embora o imaginasse mais gordito, gostei. O Teabing era simplesmente diferente e o "meu" mordomo não tinha nada a ver com "aquele good looking guy" como alguém disse; era feio, de nariz grande, magro e alto...Quanto ao Tom Hanks acho que esteve bem...acho que nunca imaginei o Robert Langdon de uma forma bem definida e, como tal, até consegui vê-lo no papel...

A história passa-se a correr. Sim, é verdade que eu própria li o livro a correr, mas pelo menos a parte inicial gira de uma forma vertiginosa, e talvez se não tivesse lido o livro primeiro me sentisse um pouco perdida no meio da história. Quando chegaram ao banco suíço a história acalmou um pouco mas até lá o filme fluía, fluía...Confesso que gostei das imagens do Louvre mas achei que houve pouca trama á volta da Mona Lisa e da Dama dos rochedos. A acção foi tão bem descrita no livro e ali tudo não passou de uma corrida contra o tempo (que efectivamente foi, mas não merecia o espectador um pouco mais de calma??)

Entretanto faltam pormenores interessantes no filme. Robert não estava numa conferência quando lhe falaram do assassinato, estava a dormir descansadinho do hotel Ritz…Para descobrirem o Papa Alexandre o parzinho no livro não usou a Internet no telemóvel (NAAAÕÔ!!!), foram á Maughan Library do King’s College (do King’s College!). Confesso que me esta parte do livro me soou mesmo mal...

Claramente não foi explorado o tema romance entre as duas personagens principais (Sophie e Langdon), tema esse que sempre viveu na minha história. (Sei o que estão a pensar; "oh, também tu não consegues ver nada sem um pouco da pimenta romântica...", mas que querem? Eu sou assim.)
No final na minha historia as personagens beijam-se, e até pensam em encontrar-se mais tarde...o filme deixa tudo em aberto, Langdon beija a Sophie...na testa e despedem-se sem combinarem nada...ora bolas! O meu sentimento foi; OHHHHH!que desilusão...

Resta-me concluir que tudo isto é uma ficção. Que não passa de um filme que foi adaptado de um livro. Gostei do filme em si, mas não como o filme que se baseia no livro DaVinci Code, como um filme giro. E não consegui sair com aquela sensação de plenitude, de prazer, porque a minha mente vinha em aberto….

1 comment:

Anonymous said...

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