Quem conheçe o meu espaço sabe que não vivo de minimisses. Não suporto tralha, bibelôs, pécinhas pecêtas, coisinhas coisetas. Tenho aversão a coisas que criem pó. Armários, estantes? Vazias ou com coisas úteis. Livros, CDs, DVDs, a revista da semana, os dossies do momento. Não presta, avariou, sem utilidade aparente? Lixo. Velas que já não cheiram, caixinhas sem conteúdos? É para deitar fora. E rápido.
Ao invés, carrego comigo uma panfernália de tralha emocional. As fotos das pessoas que amo(ei) multiplicam-se pelos meus espaços, escondidas com tanto significado. Sou uma lamechas. Visito o meu O2 bluebook todos os dias, tal caixa do correio, que tenho organizadinho – mensagens, voicemails e coisinhas antigas por nomes e ordem de importância. Escrevinho números de telefone importantes um dia em papéis perfumados, mantenho agendas antigas só pelo prazer de as abrir aleatóriamente e reviver momentos, faço com gosto pequeninisses e picuinhissses foleiras só para mim, só pelo prazer de as ter. Tenho caixas de papéis, pepelinhos, cartas, CDs só com ‘aquela’ música. Livros de sentimentos, notas digitais, ficheiros que cheiram a amor-condensado, escrevinho emoções no meu notebook de laboratório misturadas com fórmulas de meios de cultura.
Metade dos posts emotivos deste blog foram escritos num guardanapo de papel que guardei na carteira, e a outra metade saiu-me expontânea, daquele cantinho doce e apimentado do meu coração um dia, a destilar o que me sai de dentro desta tralha toda que já não cabe no espaço do meu corpo e que se multiplica e dilui em todos os recantos da minha vida. Estou condenada a ser esta romântica eterna que arrasta consigo, de porto em porto, fragmentos pintados de cor-de-rosa.
2 comments:
oh! eu sou tao assim!!!
:) e ainda bem!
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