Wednesday, June 06, 2007

Ao meu próprio ritmo.

Vivi sempre na corda fixa dos empregos dos meus pais. Tenho que estar ás x. Tenho que ir ás y. Saio ás z. Horas fixas, espartilhadas, preenchidas muitas vezes com uma monotonia silenciosa, diária, taciturna.
Na minha casa ainda hoje se vivem horários fixos. Horários para jantar, não se costuma acordar depois da hora h, de noite dorme-se.

Faz parte da liberdade libertarmo-nos dessas algemas invisíveis. Somos mais tolerantes (ou pelo menos eu e as pessoas com quem eu acredito que viver faz sentido, até porque vêem a vida desta forma tolerante), deixamos mais vezes que o tempo se sub-imponha ás horas reais, passando a existir uma noção temporal intimamente ligada ao corredor dos sentidos. Tenho fome? Olha vou comer. São 11 horas.

Sempre procurei fazer aquilo que me apetece, na hora que me apetece. Talvez tenha compreendido sempre que a rotina rotineira do levantar ás 7 e não ás 6 e muito menos ás 8 eram de um certo modo castradoras, impotentes para mim. Preciso daquela hora de sono, hoje talvez 5 horas porque chegarei aqui de novo ás 4 da tarde e arrocho um bocado, amanhã as minhas 12 horas seguidinhas que me gabo de conseguir dormir sem descanso. O meu tempo, á minha necessidade. Ao meu gosto, quando me dá na telha.
Ainda bem que não estou sozinha. Tenho passado os últimos dias a sair ás tantas do laboratório, como o faço muitas e muitas vezes, mas também só para lá vou quando me apetece. Outras vezes saio a meio, como hoje, deixo a coisa encaminhada e vou ás compras. Ou vou ao cinema. Ou vou simplesmente almoçar á beira-rio como fiz um dia destes com o meu amor e foi tão bom. Sem pensar em tempos ou em coordenações, porque as minhas horas não têm tempo nem compromissos.

(acabei de reparar: são 2 da matina)

1 comment:

Clementine Tangerina said...

Concordo plenamente ctg...as rotinas é o pior que há na vida...não há nada melhor que aproveitar o dia conforme as nossas vontades.

bjinhosssssssssss