Saturday, June 09, 2007

Células estaminais embrionárias

Ok. Então vamos lá a isto porque este blog, para fazer jus ao nome, também deve ser informativo. Antes de mais nada, eu não sou expert no assunto, a minha área toca na corda mesmo mesminho ao lado, e ás vezes até toca no mesmo tom, mas não está bem lá. Assim sendo, amigos fieis amigos, alguns de vocês que sabem bater muito melhor este tambor que eu, mandem bitaites, e, caso eu esteja errada corrijam-me. Que isto nós estamos aqui é para aprender uns com os outros…
Todos vocês sabem o que é uma célula estaminal? Tenho a certezinha de que já ouviram falar na televisão, ao primo mais velho, áquele granda cromo melga que não deslarga o livro, mas… sabem realmente o que é uma célula estaminal?
Uma célula estaminal, muito resumidamente, têm a propriedade de se dividir em várias células específicas para uma determinada função, por exemplo, dividir-se numa célula muscular para o coração, ou num neurónio cerebral, através de um processo chamado diferenciação.Nas fases iniciais do desenvolvimento humano, as células estaminais do embrião "diferenciam-se" nos diferentes tipos de células do organismo.A existência/descoberta destas células é muito importante. Pensem por exemplo na doença de Parkinson, aonde os neurónios são progressivamente destruídos; com este tipo de células podemos, em teoria, resgatar estes tecidos.

Para uma informação mais detalhada eu aconselhava uma visitinha rápida aqui. Para além do excelente conteúdo cientifico as imagens são simplesmente lindas!

Contudo, e apesar das boas notícias que o uso deste tipo de células eventualmente proporcionariam no futuro, as atitudes relativamente à utilização de células estaminais embrionárias para fins de investigação e tratamentos médicos variam de país para país. Na Alemanha e nos EUA, por exemplo, a remoção de células estaminais de um embrião humano é considerada ilegal. No Reino unido é legal mas, de acordo com regulamentos rigorosos, os cientistas britânicos podem apenas utilizar embriões humanos para investigação até 14 dias após a fertilização. Nesta altura, o embrião é uma bola de células com cerca de 0,2 mm.
Sendo esta questão eticamente condenável, existe em todo o mundo uma procura constante de outras fontes de células estaminais. As células estaminais encontradas na medula óssea dos adultos são uma possibilidade. Estas células têm o potencial para se "diferenciarem" em diferentes glóbulos vermelhos ao longo do ciclo da vida, e são hoje vulgarmente utilizadas em laboratório – eu tenho o previlégio de trabalhar com elas! É possível manipular estas células estaminais adultas para que, em vez de produzirem apenas glóbulos vermelhos possam passar a produzir células especificas de outros tecidos do organismo. Contudo, as células estaminais embrionárias apresentam perspectivas mais imediatas para novos tratamentos e curas.
Foi por isso com muito agrado,e com um travo de medo, que esta semana ouvimos nas notícias que cientistas americanos conseguiram finalmente produzir células estaminais a partir de células epidérmicas de um rato (ver entrevista aqui). É ainda questionável se o mesmo processo poderá ou não ser transportado para a pesquisa em humanos, mas vindo a confirmar-se este seria um progresso de maior importancia ao nível da biologia, que muito provavelmente irá trazer consigo grandes reprocursões políticas;
Os EUA não aprovam a pesquisa médica em células embrionárias, logo esse campo da medicina está, para já , confinado aos limites europeus e asiáticos (considerando que os laboratórios Australianos teêm pouco ou nenhum impacto neste nível). A confirmação do uso de células epidérmicas com capacidades de diferenciação pode ser uma notícia altamente perigosa para os laboratórios concorrentes aos grandes centros de pesquisa médica Americanos. A ver vamos!