Deitei-me em minha casa e acordei na casa da avó. Não percebia porquê. Fui ter com o avó que estava a fazer a barba e perguntei-lhe:
-avô, porque é que estou aqui?
O meu avô sorriu para mim. Sentou-se na borda da banheira e sentou-me nos joelhos.
- Estás aqui porque a tua mãe foi para o hospital. É hoje que tu vais ter uma mana.
- É hoje? É hoje que eu vou ter uma mana para me ir buscar á escola?
- (risos) sim, é hoje que tu vais ter uma mana.
É a minha mais longínqua memória.
Fui ver-te, pequenina. Não me lembro mas a mãe disse que eu estava estranha e que me deu muitos beijinhos. Lembro-me de pegar em ti e de fazer de ti a minha boneca, dar-te papinha, mudar-te a fralda, dar-te carinhos e algumas palmadas.
Tinha 5 anos. E faz hoje 18 anos que eu tive uma mana.
1 comment:
Lindo!
Até fiquei emocionada com a singela ingenuidade de uma menina de cinco aninhos... Está gira, essa de te ir buscar à escola!
Que pena não me lembrar de quando a minha mana nasceu, poucos mesitos antes de eu fazer dois anos... mas também foi muito bom assim, a mínima diferença de idades fez com que tivéssemos muitos interesses e até alguns amigos em comum, com que andássemos sempre juntas (e às vezes à porrada, mas tem de ser), quase como se fôssemos gémeas.
Adoro-te, miúda!
(Se leres isto, sabes quem és!)
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