Sete coisas parvas, ou não, sobre mim.

-Gosto de chuchar na língua. Ou dar estalidos com a língua, ou sei lá o que isto é. Faço-o particularmente quando estou feliz ou me sinto bem. Mas este meu “tique” tem o condão de irritar as outras pessoas. Não é a primeira vez, nem irá ser a última que alguém me pede para parar com os barunhos. Que barulhos? - pergunto eu, distraída. Só depois reparo que sou eu a fazer oura vez “os barulhos”. (Ok. Isto aqui assim escarrapachado soa estranho…)

-Gosto de cor-de-rosa á força toda. De tal forma que os meus colegas de lab têm um calendário aonde apontam os dias que eu não vou ou não tenho nada cor-de-rosa. Eu sei que pode parecer parvo mas quando me visto todas as manhãs quando dou por isso, ups! Já tenho algo cor-de-rosa em cima…

- Sou super-enérgica. Sei que isso muitas vezes assusta as outras pessoas mas não consigo controlar... detesto gente mole e sobretudo moleza. Aprecio gente calma e ponderada, mas não consigo tolerar a moleza. Irrita-me, deixa-me completamente fora de mim. Tenho vontade de agarrar os moles pelos ombros, dar-lhes uma sacudidela forte para a vida. Prá frente é que é caminho. Mas confesso que muita gente fica assustada com esta incapacidade de ser calma. O Michael pede-me calma quase todas as semanas...é incapaz de compreender a minha ânsia no laboratório, e eu sou incapaz tantas vezes de entender as motivações deles. Não gosto de viver sem ser a correr, sem ser a carregar com força os meus passos no chão.

-Tenho andado os últimos anos da minha vida tipo saltimbanco, sem morada fixa. Gostava de pela primeira vez em muito tempo não ter que correr as repartições todas a mudar a minha morada. No fundo preciso de alguma calma e estabilidade. Pensei que a tinha encontrado há um ano quando recebi a bolsa da FCT, afinal hoje vejo que foi pura ilusão. Tenho medo do futuro próximo, do que irá acontecer. Gostava que alguém tomasse as decisões que eu espero não ter que vir a tomar. E espôntaneamente habituar-me a elas...(Joãozinho, fica aqui comigo, sim?)

-Quero muito ter bebés. Mas não agora nem num futuro próximo. Ás vezes penso no tom carinhoso com que dizia ás minha amigas: "filhos? 3 no mínimo."Agora sou eu que as vejo ter meninos e marcar compromissos primeiro. Força! Hei-de tê-los também, quando a sina e eu quisermos em conjunto…

-Sou dadora de Sangue, sempre que posso participo em testes médicos voluntáriamente e doei há uns anos o meu corpo á investigação científica. E sou orgulhosa disso. Muito.

-Gosto de rir. Imenso. Adoro quando me dói a barriga e os cantos da boca de tanto rir. Adoro piadolas parvas, sem graça, secas e estúpidas. Adoro as cientificas também. Situações incómodas e sérias também me dão graça. É bom ser-se uma pateta de vez em quando e não se ter complexos estúpidos em relação a isso. Quem me conheçe sabe que de vez em quando me salta uma mola de riso descontrolado e parvo, mas sabe tão bem....