Thursday, June 01, 2006

O ir e o voltar.

Estou aqui há 3 anos e meio (quase 4) e confesso que há algum tempo deixei de ter saudades. Pelo menos saudades daquela forma asfixiante que não me deixa fazer mais nada, pensar em mais nada, apenas viver com os pés em Portugal... Uma pessoa habitua-se, aclima-se, afaz-se, e simplesmente vai aceitando bem as decisões (afinal não estou cá obrigada!), e "afasta os sentimentos de culpa que vêm aliados ao bem-estar que se sente noutro país". Sim, porque o Reino Unido também tem coisas boas, o que é que pensam? Achavam que eu estaria aqui se não gostasse?
Mas confesso que me permito ter “aquelas saudades estonteantes” uns tempos antes de ir de férias, quando Portugal se torna tão presente em mim, tão desejado que já é impossível escapar. Quando chego, é o fascínio Total; o querer ir a todos os sítios e comer todas as coisas boas, passar horas na “montra” das estrelinhas, conversar e rir muito sem ter que “descodificar a mensagem”, não perder uma sexta-feira de mercado e percorrer a corredoura acima e abaixo vezes sem fim…
Passado um tempo entro em saturação. Desejo o bulício de Londres, a minha vida de estafeta, o meu laboratório e voltar de novo a depender de mim e só de mim. Canso-me da rotina das férias de “emigrante” (ai como eu odeio esta palavra!), o ter de ver toda a gente, das mesquinhices que crescem porque eu simplesmente não comprimentei….
Começo também, infelizmente, a reparar que as pessoas que nos querem ver começam a ser cada vez menos, ate porque há quem nos vá esquecendo. A vida continua e para muitos eu faço já parte de um passado, dos amigos de antigamente, ou não entro no tópico das conversas porque entretanto já perdi muitos capítulos. É quando me apercebo que muitas pessoas continuam na mesma, como se tivessem parado no tempo. Com algumas deixo simplesmente de me identificar com elas e o novelo que antigamente tinha bastante fio para correr, não desata e fica-se por um “olá, está tudo bem?” desconfortante.

Ps. muito, muiiito baseado num outro que li algures, ficam os direitos de autor, mas para sentimentos iguais as palavras nao podem diferir muito...

1 comment:

Anonymous said...

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