Convencidinhos agora? Eu bem vos dizia que era de uma espécie mais avançada....

A Paola entra-me repentinamente pelo office adentro.
-Ainda bem que te apanho a jeito. Queria falar contigo sozinha há já algum tempo. (ai, ai...) Não sei se isto são notícias boas ou más... (eu codifico apenas: noticias más). Lembras-te de te ter tirado sangue há algum tempo para umas experiências?
-sim.
-Ok. Então é assim, tu tens a mutação.

mutação, mutação...eu tenho a mutação?! Ai eu tenho a mutação, estou feita!! pera lá...mutação de quê?!

-(balbuciando, triste, desconsulada) eu.. eu tenho a mutação?
-Sim tonta, a mutação de resistência contra a psoríase e sindroma de Cronh, lembras-te?
-Ah, (ufa!) eu tenho a mutação??!
(A Paola abana a cabeça, sorri)
- Sim, só encontrei mais uma pessoa com a mutação...As más notícias são: preciso de mais sangue teu, pode ser?
-Ó Cachopa isso é que são as más notícias?!

Novidades do lab

A Jennifer deixa-nos hoje. Vai reformar-se e viver uma vidinha boa com o namorado dela em Hong Kong. Visitar a Madeira duas semanas por ano e jogar golfe todos os dias, como ela própria me disse hoje a sorrir.

A jennifer foi a primeira pessoa que conheci aqui no laboratório, quem me abriu a porta cedinho quando cá cheguei. Ainda mal eu sabia que ela era um dos early-birds e que iríamos partilhar muitas manhãs sozinhas enquanto o resto do pessoal chegava a discutir a última moda. A Jeniffer é uma fashionist, está sempre no último grito, todas as estações muda o guarda-fatos inteirinho,colecciona sapatos (tem mais de 200 pares de sapatos e 80 botas), e sabe sempre as novas tendências – alguém que se quer sempre á mão porque tem tudo, e não se importa de dar tudo, o mundo.

Hoje, ofrecemos-lhe umas prendinhas, e partilhá-mos com ela um almoço num Restaurante Indiano:

Eu e a Jen
Ó pra nós todos tão pimpolhos

A Jennifer e o Mike

Mas a melhor parte deste post é:
E agora eu e o Vincent temos a máquina de café só para nós hehe!!

update das MINHAS células

Não estão lindas?!
cuchi-cuchi-cuchi

Dúvidas que saem caro...

Quando estragamos as pipetes significa que trabalha-mos muito?

Self-praise moment

Amigos e desconhecidos leitores, apresento-vos (tharãa..)...

As minhas queridas células!!:

(293t normal light exposure)

Estas células, uma linhagem de rim embrionário, teem sido umas queridas, e merecem a homenagem. Andam a trabalhar afincadamente, a reproduzirem-se que nem umas loucas (as doidivanas!), e a deixar-me muiiito, muiito contentinha.

Hoje, portaram-se tão bem, tão bem que incorporaram o meu vector de DNA (um pedaço circular de ddDNA) e emitiram luz flourescente, olhem aqui que giras:

(293t transfected with and SFFV promoter)

e com umas células verdinhas assim, eu sou a heroína cá do sítio!

O Dia que foi nosso e que hoje não é meu...

certezas.

Chegou hoje o Mike embora só contasse com ele prá semana que vem. Não, não estava a fazer experiências paralelas mistério nem estava a ver os vossos blogues, estava a trabalhar depois de um fabuloso almoço Thai. Cheiinha alegremente repousando na minha cadeira de bancada, mexendo e remexendo as minhas mini-preps ouço-o chegar e pousar a mala para abrir a porta do gabinete. Conheço aquele som rotineiro, aquele caminhar leve a contrastar com a força bruta com que abre a porta.
-MIKE!!!

Quando a minha corda da ciência vai abaixo pequenos gestos fazem-me crer que tomei as decisões certas quando devia. Voltar a acreditar. Existir alguém que confia em nós, que compreende os nossos gestos e que sem criticar nos diz a sorrir;
- you´ve taken the right decisions. well donne.

Então, mesmo quando nada parece resultar, eu volto a ver a luz ao fundo do túnel. Porque há alguém que sabe comigo que é dificil, que é moroso, que nem sempre resulta, mas que havemos de lá chegar. Um dia.

Lab-ó-dúvidas

Estou há já uma semana a fazer a mesma coisa, a repetir a mesma monótona experiência. Existem umas bactérias mal-comportadas que acham que destruir o meu DNAzinho é a melhor maneira de passar o tempo, e depois quem se lixa sou eu, a passar o dia inteiro a cheirar uma mistela de fenol e clorofórmio (sim, sim a mistela que se usava nos campos de concentração para adormecer os judeus) e uma outra ainda mais mal-cheirosa de bactérias a replicar…

Um dia alguém me disse “ Em ciência um dias estás cá em cima, no outro estás lá em baixo, you have to get used to it”. Serei eu capaz de viver nesta angústia constante á procura de resultados? Na semana passada saí daqui de olhos a brilhar, tinha avançado mais um passo, achava-me grande, imensa. Sentia-me com forças para fazer as experiências todas do mundo porque sabia (sentia-o) iriam resultar, de certezinha. Com a fézada com que eu estava tudo ia correr bem. Então levantava-me para vir para aqui com gosto, com vontade. Com a garra toda, voltando a acreditar em tudo isto (Eu acredito no projecto, não acredito tanto é que o irei mesmo por á prova!).
Esta semana a vontade vai esmorecendo. Venho cada vez com passos mais bamboleantes, perdidos. Não encontro rumo e não penso que voltar mais uma vez atrás seja a solução. Preciso tanto do Mike e ele está longe e não me pode ajudar (bolas, porque será que o boss só aparece quando estou a fazer experiências-secretas-paralelas?).

Eu ás vezes (mas só ás vezes) queria ser só tecnitian. Preparar soluções de receita feita, lavar tubos e esterilizar frascos de reagentes. Viver o lab não fazendo realmente parte dele. Não pensar, não sentir este peso de um projecto próprio, uma responsabilidade penosa.

Dúvidas de ontem

Quando estou em casa sinto-me cheia. Sei que não posso fazer mais, porque já faço tudo, posso viver tudo.
Em Lisboa, embora de uma forma disfarçada, sinto igual. Sinto-me poderosa, dominante mesmo.
Aqui, por muitas coisas que faça eu estou sempre insatisfeita, sinto-me sempre em falta. Porque existem tantas coisas, e tantas que eu não posso (consigo) fazer.

update do concerto de ontem

Podia dizer-vos que foi muito porreiro, podia mentir-vos. Eu (nós, porque o sentimento foi partilhado) vivo nos anos 20 dos Bob Dylan. Quando ele era creativo e quando ainda cantava Blowing in the Wind sem actually blow the wind. E o Bob têm já 70 aninhos, e até têm músicas novas que (naturalmente, porque lhe sabem a diferente) gosta mais de tocar.

O concerto em si foi surreal.
Às-pais-nas-tantas o João vira-se para mim, em pleno concerto, e diz-me:
é impressão minha ou está aqui um cheirinho a sabão rosa ou azul e branco?
:) claro que já tinha sentido o cheiro, que se intensificava com os movimentos ritmados que um sabãozinho fazia á nossa frente, mas aquilo dito assim no meio do nada, em pleno concerto provocou-me ondas de riso...

Um pouco mais á frente vejo um jovem alegre, e movendo a cabeça ao ritmo da música, caminhando lentamente apoiando-se em muletas. Coitado, pensei, apesar de estar doente tanbém tem direito a ver o Bob Dylan ao vivo. Neste mesmo instante o homem levanta os braços, erguendo as muletas, e dança apenas com as pernas, como se nunca tivesse precisado de apoio algum...

Hoje

Bob Dylan & His Band
When: Monday, 16 April, 2007 19:30
Where: Wembley Arena

E agora só pra fazer inveja que hoje aqui vão estar...

charãa.... 24 grauzitos á sombra!!!
(Oh noo!! I am becoming a british-weather-paranoic)

It´s all about the money...

$I´ts all about the tang-thararantam..$
$ping ping ping..$
$pong pong..$

Ufa!!

certezas duvidosas

Quando o prato do microondas está há mais de uma semana no escorredor da loiça sabemos que andamos a comer comida saudável!

"should women have the right to use frozen embryos without an ex-partner consent?"

Há 5 anos atrás Natalie e Howard estavam muito in love. Tão in love que quando Natalie foi diagnosticada com células cancerígenas nos ovários resolveram congelar embriões (óvulos da Natalie fecundados com esperma de Howard) para que um dia tivessem filhotes. E a história tinha tudo para ter um final feliz com filhos á mistura.

Mas o Howard mudou de ideias e decidiu que afinal já não ama a Natalie. Mais, o Howard "não quer ter um filho geneticamente conectado com a Natalie", pelo que retirou o consentimento de uso dado por si anteriormente á clínica aonde os embriões estão guardados.
A Natalie entretanto não pode mais ter filhos, dado o tratamento que sofreu para curar cancro nos ovários, que a deixou com útero apenas - suficiente para albergar um bebé mas insuficiciente por si próprio de generar um. Mas existe uma hipótese...usar os embriões que congelou há 5 anos atrás com o ex-marido que estão prestes a ser destruídos.

Foi ontem o julgamento. Os embriões vão mesmo ser destruídos, decisão do tribunal europeu para os direito humanos. Apesar de concordar com a decisão não consigo deixar de pensar para mim própria que raio de homem é este? Que homem é este que podendo ter filhos, que se julga no direito de impossibilitar uma mulher de o fazer? Sobretudo tratando-se da mulher que um dia amou ao ponto de querer ter filhos com ela?

dúvidas inquietantes

Quando o supervisor nos diz
"não me importo que faças menos, mas quero-te mais calma, mais relaxada. Isto é um prazer, não é mecânizado.."
devemos preocupar-nos?

Bolly, bollywood...

Eu assumo: sou adeptinha da Bollywood culture!!

Mundo encantado.

-gostavas do bambi?
-sim. Eu tinha um livro do bambi..
-Eu já vi dois bambis!
(risos)
-Aonde?
-Na casa da minha avó.
- Oh, tu já viste bambis...

A páscoa quando chega é para todos.

Depois de muitos feriados (que também eram meus) aqui encafuada neste laboratório muito-giro-para-quem-não-vem-para-cá-todos-os-dias, eis a desforra;
!um fim-de-semana duplo, com direito a sexta e a segunda! iupiii, segundas feiras feiras destas, com umas miniférias anunciadas nem custam :)

o quê aí chove?!

estão aí 13 graus e aqui estão 18.
aí chove aqui faz um solinho bom.
for a change.

Big brother is watching you!

Eu sei que o que estou prestes a revelar-vos é talvez assustador para muitos de vós. Para mim também, acreditem. Também eu detesto ser controlada. Antes de mais nada dêm uma vista de olhos ao meu webstats.
Agora, muito mais do que identificar as companhias que me visitam, consigo topar-vos á distância de um click. É graças a isso que posso alegremente dizer-vos:

-Obrigada padrinhos. Vejo-vos muitas vezes silenciosamente expreitar o meu cantinho. Da Cova da Piedade, ou de Leiria sinto o vosso apoio – Obrigado!
- Obrigada malta na terra das Salsichas. E que contributo! Sublinhando os números só posso agradecer-vos pela preferência.
- Flor dos Alpes… sem palavras! Um obrigadão!
-Xaninha, estou a ver-te!
Para todos os outros, continuem! A vossa presença (ainda) não foi suficiente para mexer as estatísticas, mas está a contar : Obrigado!