Wednesday, April 18, 2007

Lab-ó-dúvidas

Estou há já uma semana a fazer a mesma coisa, a repetir a mesma monótona experiência. Existem umas bactérias mal-comportadas que acham que destruir o meu DNAzinho é a melhor maneira de passar o tempo, e depois quem se lixa sou eu, a passar o dia inteiro a cheirar uma mistela de fenol e clorofórmio (sim, sim a mistela que se usava nos campos de concentração para adormecer os judeus) e uma outra ainda mais mal-cheirosa de bactérias a replicar…

Um dia alguém me disse “ Em ciência um dias estás cá em cima, no outro estás lá em baixo, you have to get used to it”. Serei eu capaz de viver nesta angústia constante á procura de resultados? Na semana passada saí daqui de olhos a brilhar, tinha avançado mais um passo, achava-me grande, imensa. Sentia-me com forças para fazer as experiências todas do mundo porque sabia (sentia-o) iriam resultar, de certezinha. Com a fézada com que eu estava tudo ia correr bem. Então levantava-me para vir para aqui com gosto, com vontade. Com a garra toda, voltando a acreditar em tudo isto (Eu acredito no projecto, não acredito tanto é que o irei mesmo por á prova!).
Esta semana a vontade vai esmorecendo. Venho cada vez com passos mais bamboleantes, perdidos. Não encontro rumo e não penso que voltar mais uma vez atrás seja a solução. Preciso tanto do Mike e ele está longe e não me pode ajudar (bolas, porque será que o boss só aparece quando estou a fazer experiências-secretas-paralelas?).

Eu ás vezes (mas só ás vezes) queria ser só tecnitian. Preparar soluções de receita feita, lavar tubos e esterilizar frascos de reagentes. Viver o lab não fazendo realmente parte dele. Não pensar, não sentir este peso de um projecto próprio, uma responsabilidade penosa.

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