Podia dizer-vos que foi muito porreiro, podia mentir-vos. Eu (nós, porque o sentimento foi partilhado) vivo nos anos 20 dos Bob Dylan. Quando ele era creativo e quando ainda cantava Blowing in the Wind sem actually blow the wind. E o Bob têm já 70 aninhos, e até têm músicas novas que (naturalmente, porque lhe sabem a diferente) gosta mais de tocar.
O concerto em si foi surreal.
Às-pais-nas-tantas o João vira-se para mim, em pleno concerto, e diz-me:
é impressão minha ou está aqui um cheirinho a sabão rosa ou azul e branco?
:) claro que já tinha sentido o cheiro, que se intensificava com os movimentos ritmados que um sabãozinho fazia á nossa frente, mas aquilo dito assim no meio do nada, em pleno concerto provocou-me ondas de riso...
Um pouco mais á frente vejo um jovem alegre, e movendo a cabeça ao ritmo da música, caminhando lentamente apoiando-se em muletas. Coitado, pensei, apesar de estar doente tanbém tem direito a ver o Bob Dylan ao vivo. Neste mesmo instante o homem levanta os braços, erguendo as muletas, e dança apenas com as pernas, como se nunca tivesse precisado de apoio algum...
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