Não venho criticar a forma tãaao portuga como esta gente se manifestou. Venho, pelo contrário, sublinhar as razões assustadoras e muitas vezes ignoradas que estão por detrás de tão patética manifestação;
Há 40 anos atrás reconheciam-se na agricultura portuguesa diversos tipos de sementes de milho. Hoje em dia existe literalmente apenas uma. Ora digam-me lá vocês, que tipos de milho conhecem? Ah, pois… conhecem aquele amarelinho, cujos grãos dão para pipoca não é? Pois pensam que sempre foi assim?
O milho é talvez o produto que ao longo dos tempos têm sofrido mais com a evolução científica. Desde sempre um produto essencial para a nossa alimentação é importante que a sua taxa de produção ronde sempre os 100%, em vista do melhor rendimento do produto (menos despesas de produção, conferir mais resistência a doenças e capacidade de adaptação, menos despesas com desperdícios etc..). Ora é com muita pena que vos digo que a ciência, embora muitas vezes na sua forma mais involuntária e apaixonada pelo conhecimento bruto, tem dado uma grande ajuda a um negócio que prospera á medida que a qualidade da nossa comidinha no prato de todos os dias diminui.
Os bagos de milho há 40 anos atrás (40 anos minha gente, há muito pouco tempo evolutivo!) apresentavam um espectro de cores que iam do branco, passando pelos amarelos plácidos, amarelos laranjas, vermelhos, esverdeados e escuros. Percebeu-se entretanto que os amarelinhos, bonitinhos e perfeitinhos aos nossos olhos eram muito mais rentáveis. Então, há que especificar a cultura destes bagos perfeitinhos. E como a natureza até é traiçoeira, e muitas vezes se rege por leis mendelianas que nem sempre coadunam com a vontade dos produtores, há que chamar a ciência e os homenzinhos das pipetas para dar uma mãozinha á selecção hitleriana dos grãos de milho.
É graças a este tipo de iniciativas que vemos hoje extinguidos da nossa agricultura sementes como os chícharos ou as lentilhas. Pelo mesmo caminho irão os tremoços dado que o seu baixo consumo no mercado assim o determinará.
Não são ainda conhecidas a consequências da exposição a longo prazo dos produtos transgénicos. Confesso-vos que a minha visão não é muito positiva. Mas este é o nosso mundo, o mundo de oportunismos e oportunistas, gente para quem uns tostões no bolso valem e valerão sempre muito mais do que a esperança média de vida dos seus trinetos.
*Oh My God os Organismos Geneticamente Modificados!
1 comment:
clap, clap, clap!
p.s.- acho que não seriam comunas, mas antes meninos da esquerda caviar: B.E.!
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