Na Terça feira foi dia da festa de Natal do departamento. Este ano, ao contrário dos outros anos em que nos brindaram com uma festa no 28º andar do hospital com uma vista de tirar a respiração a qualquer um (repare-se que o Guy´s Hopsital é mais alto que o London Eye) recambiaram-nos para a cave do Student´s Union. Parecidinho não é? Contudo, e apesar da comida ser uma verdadeira desgraça, o grupo convidado para alegrar a noite era espectacular e a festa teve mesmo jeitos de gig privado – excelente. Após o concerto houve música daquela que convida mesmo para uma noite sem parar e quem me conhece bem sabe que eu sou uma verdadeira dance machine. Conclusão: na quarta-feira doíam-me as ancas!
Na quinta-feira foi a vez de rumar á festa do grupo de Neurogenética. Uma das pessoas com quem me dou melhor no departamento faz parte deste grupo – a Eva – com quem tenho dissecado os manuais de cloning e de lentiviral preparation até ao tutano. O grupo que está imediatamente na porta ao lado faz com que tenhamos uma convivência diária para além de, como o grupo é grande, haver sempre alguém que saiba a resposta ás minhas dúvidas aliado ao facto de sermos laboratórios com sistemas de ordem de material diferentes e a entreajuda aconteçe – ah, já não temos mais cuvettes para eletroporation, tens aí algumas? – Pelo que a professor G.B. achou por bem convidar-me. O jantar foi num pub que se vestiu a rigor para nos receber:
Foi a primeira vez que vi por estes lados uma lareira acesa, com madeira verdadeira a arder. Convenhamos que fumava um bocadinho mal e que cheguei a casa com o mesmo cheiro com que chegava antigamente, quando ainda era permitido fumar em locais públicos, mas valeu a pena! Aquecer o rabiosque na lareira é algo de que tinha já muitas saudades de fazer…
A comida estava boa, nada de grandes espetáculos, mas havia bebidas á descrição para quem quisesse. Eu, que como toda a gente sabe não sou agnóstica, lá bebi um bocadinho sem grandes exageros apesar da Prof. G.B. (sim, ela mesmo!) me re-encher o copo milésimas vezes que eu secretamente despejava no vaso mais próximo …não estamos todos doidos, podemos estar alguns mas não estamos todos…
No final trocaram-se prendas tipo Secret Santa (em que cada um dá prenda a um) e recebi uma caixa de chocolates –Uau, estou surpreendida com tamanha originalidade! :)
No almoço de Natal do meu grupo as coisas foram ligeiramente mais calmas, ou não fosse o Michael um naturista. Como já tinha referido muitos de nós somos vegetarianos pelo que todos concordámos que o almoço de natal, segundo as regras e éticas que supostamente deveríamos todos defender, seria 100% orgânico e vegetal.
Depois de muito remoer a cabeça, e de contar com a vossa preciosa ajuda lá me saíram ideias que encheram de graça a mesa. Como sobremesa segui a opção mais fácil – Mãeeeee? Mandas-me um bolo-rei??! – que para o pessoal também deve ter sido a melhor ideia já que estavam deliciadinhos a olhar para aquele bolo de formato estranho recheado de frutas e frutos secos. Esqueci-me de mencionar o pormenor da fava e do brinde e quando o meu colega Pascal se vira para mim a dizer – Ah está aqui uma coisa muito dura.. - já com metade da fava trincada dá-me um verdadeiro ataque de riso!!!
Para salgados optei pelo tradicional e por algo que tinha a certeza que não me iria deixar mal – pão. Já aqui tinha mencionado que, motivada pela minha aberração ao pão de forma, faço muitas vezes pão caseiro aqui em casa (receita aqui, pôr sal a gosto). É fácil e confesso que já estou prática e não me custa nada….comprei no supermercado Tuga um queijinho da serra médio e o pessoal adorou, claro! Para além disso juntei-lhe uns rissóis vegetarianos (não muito natalícios mas sem dúvida muito Portugueses) e uma roupa-velha com muito alho (seguindo a sugestão da Elsa, aqui.
As comidas estavam todas muito boas e foi um prazer passar a tarde no laboratório sem efectivamente estar a trabalhar, numa de relax, sentados á mesa a conversar sobre tudo, menos ciência! :)
1 comment:
entao e essa receita de rissois vegetarianos? :)
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