Saturday, December 30, 2006

A Fórmula da Vida

'Vivemos a vida como se ela fosse eterna, como se a morte fosse algo que só acontece aos outros e apenas nos está reservada ao fim de muito tempo, tanto tempo que nem merece a pena pensarmos nisso. Para nós, a morte não passa de uma abstracção'...'as pessoas passam pela vida como sonânbulas, preocupam-se com o que não é importante, querem ter dinheiro e notoriedade, invejam os outros e esmifram-se por coisas que não valem a pena. Levam vidas sem sentido. Limitam-se a dormir, a comer e a inventar problemas que as mantenham ocupadas...'

in A Fórmula de Deus, José Rodrigues dos Santos

2006

Comecei por ir á casa da “avó” Maria em Melides. Vi o mar, cheirei-o e apanhei a primeira banhoca de sol.
Depois voltei á minha espécie de casa e por lá fiquei 5 mesinhos isolada deste cantinho bom, um deles vivido na felicidade de te ter por perto.
Vi a minha cultura de tecidos crescer, ficar linda e depois morrer, sem explicação…
Vivi o mundial já novamente em terras do inimigo, mas “vesti a camisola”.
Não vivi um mês e meio, mergulhada na minha tese.
Vivi a angústia causada pela FCT. Vivi a felicidade que a FCT me proporcionou.
Acampei outra vez, e revisitei a minha infância.
Fiz 22 anos. Poucos e bons.
Fui finalmente a Barcelona!! Passei os Pirinéus, comi waffles em Bruxelas e andei de bicicleta em Amesterdão.
Mudei-me para o meu T0 lindo contigo.
Comecei uma nova etapa no laboratório.
Vivi o drama da Jessica, a menina que aqueceu o meu coração e que o deixou frio, gelado quando nos deixou.
Fui a um concerto no Royal Albert Hall, mais um sonho satisfeito a riscar da lista.
Chorei quando o meu coração pediu.

Chorei muitas vezes e sorri muitas mais. Fui fraca muitas vezes e venci a fraqueza sendo forte de novo. Fui feliz, sou feliz.

Sunday, December 17, 2006

Welcome to my world!

Pois é. O João foi embora na sexta e eu a caminho estou. O Natal em si (a véspera e o dia) fazem sentido em casa, junto á lareira. Já os dias antes do Natal, confesso, que aqui são muito mais sentidos, vividos com muito mais intensidade. Talvez seja porque 'os carrosséis saíram á rua' e as crianças andam encantadas (por falar nisso, andei pela minha primeira vez num daqueles carrosséis lindos saídos dos filmes, com cavalinhos a andar para cima e para baixo cheiinhos de luzinhas , repito-me: as crianças andam encantadas….), talvez seja porque a decoração das ruas é linda, talvez seja porque os Carol Singers animam qualquer um, ou talvez seja porque eu ando feliz e contente, excitada com toda esta animação…
Sexta-feira ao vê-lo ir questionei-me (mais uma vez) sobre a nossa vida nómada. Imaginei-me por momentos a voltar a Pt definitivamente e no meu coração nasceu uma pedra. Acho que já não consigo, desculpem-me. Vivo meia dividida entre dois mundos, o que nunca foi o meu, e o que nunca será. Desejo um quando vivo o outro. O meu amor de sempre e o meu amor para a vida.
Na verdade gosto que assim seja. Gosto de viver duas vidas que encaixam uma na outra, e que de uma certa forma dependem uma da outra. Gosto de desenjoar de vez em quando, de mudar de ares...Gosto de, tal como diz a canção, ter sempre 'dois braços á minha espera', e de chegar outra vez ao meu vazio, aonde ninguém me espera porque ninguém vive inteiramente aqui. Gosto de pensar que tenho duas casas, a casa de campo, do sossego, e o meu estúdiozinho dentro da confusão cerrada. Gosto de ser a ciêntista, e gosto de ser a mera estudante. Gosto dos meus jeans, e adoro as minhas calças vincadas. Delício-me entre os saltos agulha, as sapatilhas e as pantufas. A vida de extremos, a vida que não se fica pela flat (mod) line. A vida que é a minha. A minha vida. Welcome.
Amor meu longe, que te quero tanto. Em cada abraço o meu coração pára por segundos.

Mas este fim-de-semana on my own soube que nem ginjas. Houve de tudo, muito muito Chritsmas shopping com direito a sentar no colinho do Pai Natal, músicas daquelas que tu ias de-tes-tar, MacDonalds, gomas e revistas cor-de-rosa...

Thursday, December 14, 2006

Andava atrás de um há uns tempos













E o pai Natal resolveu dar-mo. Gosto, gosto muito dele, nem sei porquê, mas gosto. E aquece-me as orelhas.

Wednesday, December 13, 2006

Sonhos

Tarefa: planear uma semana maravilhosa, romântica, inesquecível a dois (que não nós dois amor...que pena!!)

Ora Jennifer preparei-te uma semana de sonho na Madeira (desta vez vais cheirar a minha terra, ou pelo menos um pouco dela!), aqui, neste lugar lindo e de fazer inveja, com pequeno-almoço e jantar incluído, já tens o teu campo de golf reservado, a tua ida a Porto Santo no lindo 'Lobo Marinho' marcada e já tens o teu carrito alugado á tua espera á porta do hotel quando lá chegares.
Isto de ter amigas viajantes (e com dinheiro a estorvar na conta bancária...) é o que dá, marcamos tudo e ficamos a vê-las ir…..

As coisas que se fazem neste laboratório…tsss….

Monday, December 11, 2006

Mince pies

Hoje foi a vez de uma mini-festinha de Natal lá no departamento e entretanto deparei-me com novidades culinárias interessantes…
No meio dos muitos bolitos haviam uns que realmente saltavam á vista: umas tartezitas jeitosas com uma estrelinha em cima. Curiosa mas sempre reticente perguntei a quem mais perto por ali andava o que continham lá dentro tão apetitosas tartes
- mince meat (carne picada) – respondem-me
Mince meat??!! - penso eu - Mas como? Se têm açúcar por cima?!! Arreganho o nariz e penso -Blagh só estes tipos para misturarem o doce e o salgado….
A minha colega Grega (que já cá anda há 8 note-se) vê-me tão intrigada olhando as ditas tartes, ri-se e diz-me:
- Ah tu não sabes isso? As tartes chamam-se ‘mince pies’ mas não têm carne lá dentro..são feitas com frutas cristalizadas, whisky e massa doce…
Bem, dada a descrição lá peguei nas tarteletes. Ó meus amigos esqueçam. Que estes tipos em culinária (á excepção dos brownies) não têm nada de jeito.

Aviso – dada a frequencia de posts calóricos este blog está oficialmente em dieta.

Prendas?

Este ano não há prendas? Está tudo preocupado com o consumismo?

Não percebo. Parece-me que este ano o Natal foi simplesmente cancelado, proibido.
O Natal nunca foi, desde que me conheço, uma simples celebração do nascimento de Cristo. O Natal sempre significou presentes, sempre significou festa, sempre significou bacalhau e comida boa. Lembro-me de imensos natais em que tinha prendas contadas, em que riscava da lista as que já tinha recebido. E nunca foram demais sendo poucas porque fizeram parte do meu crescimento enquanto criança, parte da alegria a que todos temos direito. E depois…quem não gosta de receber prendas? Quem não gosta de se deliciar abrindo lentamente ‘aquela’ prenda, saboreado cada momento? Eu gosto.

Neste Natal preocupem-se com o consumismo, mas com o consumismo exagerado. Preocupem-se quando o vosso natal deixar de ser feliz, deixar de ser ‘a partilha’ para ‘a obrigação’. Mas não se preocupem com o Natal na sua forma mais pura. Porque a meu ver o Natal é ainda o presentear quem mais gostamos. E isso, em si, tem tudo de bom.

Christmas time in London

















Regent´s Street


















Hamleys, a famosa loja de brinquedos




Convent Garden


Correndo o risco de me confundirem com uma cadeia pirosa de fast-food:

I am LOVING IT!!!

Wednesday, December 06, 2006

Tuesday, December 05, 2006

Winnie!!

Há duas semanas ajudei a Jennifer aqui no laboratório a marcar um fim-de-semana de férias em Paris com o namorado dela. Veio ontem. Hoje ofereceu-me uma camisola da Disneyland do Winnie the pooh LINDA!!





Monday, December 04, 2006

Colónias minhas na incubadora...

...santificado seja o vosso DNA
Venha a mim o vosso crescimento.
Seja feita a vossa recombinação,
...assim na bancada como na incubadora,
Que o vosso crescimento de todos os dias aconteça hoje.
Perdoai-me os meus erros inexperientes,
assim como vos perdoei hoje por não tendes crescido.
E não me deixeis ficar mal
mas livrai-me da vergonha provocada pela vossa inexistência.
Ámen.

Noitada de British TV

Ontem, para espanto do meu televisor, dediquei-me a passar um serão inteirinho dentro da mantinha, regalada a fazer-lhe companhia.Uma noite a fazer lembrar as tardes de domingo pastosas na minha casinha de campo :)

Ora meus companheiros vos anuncio que nós andamos muito melhor do que aquilo que eu pensava: Ligo a Five e começo a ouvir o hino da Champions. Eu, que nem sou fanática da bola, deixo-me ficar por ali... aquele hino <é poderoso!>. Ouvi um relato de meia hora sobre as tácticas e estratégias do FCP, que ao que parece vai jogar esta semana com o Arsenal, com direito a rever a vitoria dos tugas da champions e a ouvir o Quaresma e o Postiga com legendas em inglês ..Ahh gandas tugas que não dobraram a língua!(ou não a sabem dobrar)
Passando por uns clubes dos quais nunca ouvi falar e já nem recordo o nome, entre os quais lá vi o Koeman muito excitado (sim, que isto os treinadores do glorioso eu conheço!), tivemos um relato de cerca de 5 minutos sobre o SCP, que entretanto fiquei a saber já só tem hipóteses para a UEFA e uns quinze-minutitos pró SLB que esta semana ataca no Manchester. Entretanto na minha mente fui deduzindo que esta semana vai ser a ferro e fogo aqui no lab, já que o Mike é um Manchester United ferrenho, daqueles que vêem de cachecol e gorro nos dias dos jogos (imaginem!) e porque da ultima vez tive direito a fronha durante quase uma semana depois do 2-0 em casa deles….ai ai..e eu sem clones para apresentar no meu lab meeting….

Mas, a elevação do meu orgulho português ao máximo chega uma meia-horita depois quando vejo as provas de triatlo que estão a decorrer em Cancun, no México. Qual não é o meu espanto quando oiço uma germânica “esta classificação é muito boa (3º lugar). Desde que a Vanessa anda neste meio que não temos conseguido alcançar posições acima”. Eu cá para os meus botões: Vanessa?…triatlo? Isto diz-me qualquer coisa!
No quadro das classificações finais lá surge a nossa Vanessa Fernandes, ao lado de uma bandeirinha verde e vermelha.
Na minha modesta casa londrina chovem almofadas, festeja-se Portugal!

fim-de-semana nem vê-lo....

Passei cá o nosso feriadito, vim cá no sábado duas horas e no domingo quase cinco. Hoje não tenho colónias de bactérias. Este mundo é tudo menos justo. Humpf.
ó mãeíííí... ajuda-me!

Friday, December 01, 2006

Feriadinho hã?

Hoje, quando a maioria de vocês está no bem bom, cá estou eu a picar o boi.

Wednesday, November 29, 2006

jet lag? não, é mesmo cansaço...

Acordo. Abro os olhos lentos, lentamente. A luz brilha forte lá fora…pego no primeiro relógio da mesa-de-cabeceira. Nove e meia...
-Nove e meia??!! Oh m”3$&@!!!! logo hoje que tenho reunião ás 10!!!
Saio da cama a correr, esfrego a cara com água que não há tempo para sabão, visto-me num ápice, não como, saio são nove e quarenta. Tenho vinte minutos para chegar ao laboratório, tenho vinte minutos para chegar ao laboratório…
Apresso o passo. Sei que não vou ter tempo, sei não vou ter tempo…olho para o relógio…espera lá! Não uso este relógio há uns tempos…BOLAS! Não o mudei quando mudou a hora…
São agora dez para as nove.

Tuesday, November 28, 2006

Londres que também te amo um bocadinho...

Podia contar-vos como doem cá dentro as saudades de casa, de abraçar “á velho” (com fortes pancadas nas costas) a minha mana, de beijar a minha mãe, de ouvir as palavras sempre carinhosas da minha avó, ou até de discordar com o meu pai. De me deitar e de sentir o cheiro dos lençóis lavados que só cheiram assim em minha casa…
Mas a verdade é que não deixo que essas saudades tomem conta de mim. Ao invés, deixo-me apaixonar lentamente, saboreando cada momento, pela cidade que me acolheu, amando-a também. Vivendo-a ao seu jeito.
Então, sinto-me em casa. Quase como se já me identificasse com este lugar por completo. Sim, deixaram de haver as novidades constantes, já não sou surpreendida, e até já peço, exijo, mais. Deixou de haver a paixão arrebatadora, o querer viver tudo, que se transformou em amor e carinho doce de quem sabe que tem tempo, muito tempo, para viver tudo. E é esse amor que me prende aqui e me faz sentir segura. Sou agora alguém mais racional, que desenha um mundo com mais lógica, com mais calma. Sei que sou agora pedaço de um mundo que não me pertencia e que conquistei a punho.

As fotos (proibidas) do concerto


Monday, November 27, 2006

Estou...

...que nem posso com uma gata pelo rabo.

Mariza no Royal Albert Hall

Já passaram 5 dias e ainda estou em choque. Bom demais para ter sido verdade;

A Mariza entrou no palco do Royal Albert Hall ás 7 e meia, cedo e a tempo cumprindo os costumes britânicos. Acompanhava-a Jaques Morelenbaum, brazileiro, produtor do seu ultimo álbum (transparente). Depois de ter ganho o prémio World Music da BBC, em 2003, a Mariza tem sido convidada regular nas principais salas de Londres, como o Barbican Centre e o Royal Festival Hall, com concertos que têem acabado sempre esgotados nas bilheteiras. No entanto, nem em Barbican, um espaço para 1900 pessoas, nem o Royal Festival Hall, aonde cabem quase 2800, se podem comparar, em dimensão e importância ao Royal Albert Hall, só comparável ao Carnegie Hall em NY. Nenhum outro Português actuou antes sozinho neste recinto, para quase 6000 pessoas, normalmente reservado a conhecidos artistas anglo-saxónicos.

A imprensa britânica deu um enorme destaque ao percurso da Mariza, com várias críticas positivas aos seus discos e muitos elogios ao seu estilo em palco. Chamam-lhe "the singer fashionist". O semanário Observer dedicou-lhe há dois fins-de-semana uma longa reportagem garantindo que este concerto "vai marcar a sua ascensão oficial ao estrelato internacional". O The Independent dedicou-lhe um artigo de duas páginas carregado de elogios é resumido pelo título "Perfeição Portuguesa", o The Guardian pergunta se estamos prontos para partir o coração. Também a revista Time Out, o vespertino Evening Standard e o gratuito Metro aconselharam o concerto nas respectivas agendas culturais como destaque do mês de Novembro. Enfim, estão deslumbrados…
Tal como eu fiquei durante 3 horas e meia na quarta feira passada quando a Mariza entrou em palco. Acompanhada pelos músicos Luís Guerreiro (guitarra portuguesa), António Neto (viola), Vasco de Sousa (viola-baixo) e João Pedro Ruela (percussão) confessava-nos;
«Lembro-me de passar à frente deste fabuloso local e pensar que um dia gostava de vir aqui ver um concerto. Nunca pensei que viria aqui dar um concerto», agradecia-nos por fazer-mos parte do sonho dela.
Eu agradecia em silencio por ter direito a entrada naquele sonho.

A primeira parte passava rápido embalada pelo “Barco Negro”, numa evocação a Amália, e pela “Recusa”. Carlos do Carmo, que entrou em palco logo na primeira parte, conseguiu cativar o público ao insistir que os ingleses presentes na sala poderiam pronunciar português correctamente e cantar «Lisboa menina e moça, como se fossem portugueses». Tendo em conta que pelo menos 60% da audiência era portuguesa convenhamos que os "Ingleses" até fizeram boa figura...

A segunda parte traz-nos Tito Paris, que nos revisita Cabo verde com um “sôdade”, invocando Cesária Évora. Está fechado o triângulo da lusofonia com a voz de África.
Mais para a frente é tempo de um dueto com Rui Veloso, um “Porto sentido”, bem sentido, que resultou mesmo muito bem, gostei.
Depois vieram a “Feira de Castro” e um “oiça lá ó senhor vinho” que animaram toda a malta. E a Mariza dançava folclore no palco.

Mas o momento alto do espetáculo ainda estava para vir. Sem microfone e em conjunto com os guitarristas cantou “á Portuguesa”, servindo-se da aústica do Albert Hall no meio do povo, como ela dizia, “da gente da minha terra”. O silêncio para a ouvir era de morte, como deve ser quando se canta o fado.
Ela cantou, dançou e encantou uma plateia de gente “da terra dela” esfomeada por um pouco de Portugal, delirante com uma prestação genuína.

Um espetáculo que re-via vinte vezes, do qual comprava o DVD e via outras vinte. Sem enjoar.

Wednesday, November 22, 2006

Monday, November 20, 2006

Research

"If we knew what it was we were doing, it would not be called research, would it?" -A.E.

Gostos mediterânico-orientais

Há uns tempos atrás o Michael foi ao Chipre e trouxe-nos um bolito que era um verdadeiro pitéu. Uma tarte feita com uma massa do tipo folhada toda enroladinha mergulhada num xarope dulcíssimo. A iguaria desapareceu num ápice, ou não fossem aqui os meus lab mates uns gulosões de primeira (eu não, eu não hã?).
Aquela era a minha primeira experiência com uma cultura/realidade desconhecida cuja paixão venho a desenvolver. Ora vejam…
Passados uns tempos foi a vez da minha colega de flat turca, Asyl, de me oferetar umas verdadeiras iguarias turcas. Uma espécie de gelatina com pistachos envolvida por açúcar em pó. O que aquilo era, não sei. Mas que era bom, de comer e chorar por mais isso era, e a Turquia ficou-me no goto pelas delícias de pistachos.
Na Páscoa o Michael lembrou-se de nos levar a almoçar fora a um restaurante…turco (sim, que isto de se ter patrões porreirinhos não é pra todos…). Pronto. Então aquilo que já mostrava pontinhas de ser bom passou a representar maravilhas no meu dicionário gastronómico. Fiquei fã da comida turca, dos molhos de yogurte com espinafre, dos grandes contrastes de passar e nozes com comidas mediterrâneas, das lentilhas e do húmus (para quem não sabe, patê de grão com alho e limão…hmmm).
Esta semana a malta veio de Atenas e imaginem o que trazem: (ai, ai eu até engordo só de pensar nisto…) umas caixinhas cor-de-rosa com uns bolitos que são do melhor que já provei, uma mistura de Chipre com Turquia, ou seja a tal massa enroladita com charope e pistachos…ai tão bons, tão bons…

Tudo isto para vos dizer que encontrei um novo paraíso gastronómico, ali prós lados mediterânico-orientais, o que torna a minha vida aqui neste país gartronómico-nulo (peço desculpa a quem acha fish&chips um grande património…) um pouquito mais decente…

Friday, November 17, 2006

Amanhã devo ir a isto: Tuga meeting em Londres

Aproveito para passar a palavra:

"Tuga meeting, para estudantes e investigadores portugueses de Londres e Inglaterra, este sábado, dia 18 deNovembro, entre as 15:30 e as 19:30 no Wilkins Haldane Room do University College London".
"Á volta de 60 tugas já confirmaram que vêem ao encontro.Portanto penso que será uma singularidade se não encontrarem um único tuga que tenha interessesacadémicos comuns ou que seja da mesma localidade em Portugal.Em relação aos indecisos, caso se apercebam ao último momento que desejam vir ao encontro, são mais que bem vindos a aparecer. "

(Caso alguém esteja interessado em comparecer também faça um comentário com o seu e-mail que eu mando a versão integral)

Thursday, November 16, 2006

Não, não estou igual, mas estou de volta. Mais forte.

Hoje chorei a ouvir isto (mandem o pessoal do office dar uma curva, ponham em ecrãn grande e o som no máximo)


Porque é bom ser criança outra vez, nem que seja só por um bocadinho...

Tenho saudades de ser pequenina. E de passar horas em frente ao ecrãn a ver isto. E de ficar muito chateada quando a minha mãe não gravava para eu ver outra vez em casa...
Obrigada Tiago por estas verdadeiras pérolas!

nas trevas da vida.

Ser, ter, existir. Definições confusas para explicar o fenómeno vida. Para explicar o que não se explica, o que se sente. O que se sente ao nascer, ao partir. Viver sente-se? Não. Viver é um “dado adquirido”. Viver é fazer de cada dia mais um, desejando ser feliz mas sem saber quando é que a vida trará a felicidade. Viver da forma mais obscura, morrer da forma mais lenta. Viver sem medo do amanhã, sabendo que o amanhã magoa. Viver sem sonhos quando o sonho está em nós.
Sentir. Sentir sem medos, sentir por se estar vivo.
Pergunto-me sobre a forma como encaramos a vida. Essa que nos trai a cada esquina e que continuamos a considerar valiosa. Porque queremos viver? Viver o sonho que se esfuma? Viver..viver por viver. Viver por se estar vivo. “Eu quero continuar a viver depois da minha morte.”

Wednesday, November 15, 2006

Mimos


Ás vezes quando estamos tristes os amigos afastam-se, incapazes de lidar com a nossa dor. Os meus amigos deram-me mimos.

Tuesday, November 14, 2006

Hoje estou triste.


penso no que somos, no que seremos amanhã. Frágil, sinto-me frágil perante a potência do mundo. Chove lá fora e sinto a chuva dentro de mim. A vida segue lá fora e eu apeei-me a meio do percurso. Deixem-me ficar aqui. Deixem-me ficar assim.

Monday, November 13, 2006


Gosto disto á brava!

Socorro!

Esta semana (de quarta a quarta) o pessoal foi todo para Atenas (oh, o que eu dava para também estar em Atenas….) á conferência Europeia de Terapia Génica e eu, a novata cá do sítio estou praki enfiada dentro do laboratório S-Ó-Z-I-N-H-A com…vá lá adivinhem…com a flausina.
Não lhe tenho ligado muito, a única coisa piorzita é que não tenho assobiado a minha Christmas song que lhe dá voltas ao estômago (e que eu assobio de propósito) porque os meus advogados de defesa não estão e corro o risco de levar um lambada que vinda de uma banhosa é capaz de deixar mossa….

Sunday, November 12, 2006

Casinha que te amo tanto...

Este fim-de-semana não houveram grandes novidades, não houveram passeios, não saí para o Christmas shopping na Oxford Street nem foi desta que fui a Greenwich. Este fim-de-semana foi meu, nosso, passado cá dentro da minha (nossa) casinha linda que todos os dias olho envebecida e que me deixa nas nuvens...
Sim, já sei, devo ter gasto milhões em electricidade, até porque me dei ao luxo de deixar o forno ligado horas a preparar verdadeiras delícias gustativas, mas ter o previlégio de (como dizia hoje o meu amor) viver constantemente numa varanda tem os seus custos...


Vou-me lentamente apaixonando, deixando-me levar pela vista linda e pela cozinha que é só minha (iupiííí) com as coisas que são só nossas. É tão bom chamar a um cantinho a "nossa casa", sentir-me aqui quentinha e protegida...deixar simplesmente a felicidade tomar conta. ai tão bom....

Friday, November 10, 2006

Straight versus Gay

para pensar, dissecar e corroer as entranhas...aqui

Wednesday, November 08, 2006

O jão disse...

...escreve aí um post a dizer que eu gosto muito de ti!

e eu escrevi. Tão bom!

Preferências existem.

Pronto, vou fazê-lo oficial. Todos nós temos os nossos blogs favoritos, aqueles que adicionamos á listinha aqui ao lado, aqueles a que vamos todos os dias por vezes mais do que uma vez por dia. Mas há, e não me digam que não, “o blog”. Aquele com que nos identificamos mais, o primeiro que visitamos todos os dias, a quequeluche que não é nossa e que gostamos de apreciar.
Eu apaixonei-me pelo blog da minhoca há uns tempos, ainda nem o meu blog existia. E as aventuras da minhoca, seja lá quem ela seja, gorda magra, besuntada com manteiga ou não são o meu delírio diário, a minha fonte de boa disposição pela manhã. ..
Pronto. Já disse.
A partir de agora já sei que vou ver o meu blogómetro ali do lado a estagnar…

Tuesday, October 31, 2006

;)

Hoje encontrei-me por acaso com a minha flatmate chinesa do ano passado. Bem, não foi bem por acaso porque nós trabalhamos/estudamos no mesmo campus, logo algum dia havia-mos de nos cruzar. Depois da felicidade de nos encontrar-nos já com um cafézinho pelo meio (quem me conheçe aqui sabe que ando sempre com o capuccino atrás..) e depois de lhe contar os meus recentes avanços diz-me:

-engraçado! afinal todos os teus projectos que idealizás-te comigo o ano passado acabaram por se realizar, já reparás-te? O João, o teu PhD, a tua casa, ficares aqui,... Fico contente por ti! Deves estar super-feliz...

Agora que penso nas palavras dela sorrio. Pois SOU. E tenho consciência disso.

Bruxa

estranho... a flausina hoje não apareceu....

ah, já sei! Hoje é o dia das bruxas e ela deve ter ido á caça!

E hoje é halloween!!!!!!!!


Uma boa noite de partidas, brincadeiras e sustos para todos vós!!!

A pedido de muitas famílias....segue a receita do pão que maravilhou milhões!!

Dissolve-se o fermento (cerca de 3 colheres de chá) em água quente (uma chávena) e deixa-se repousar a mistela durante cerca de uma hora. Pode usar-se fermento instantâneo, mas o pão fica menos fofinho...
Entretanto vai-se fazendo a cama, lavando a cara, escovando os dentes e tratando dos afazeres de casa (convém lembrar que isto é feito no sábado de manhã, já que o preparado leva cerca de 3 horinhas a fazer...)
Deita-se farinha de trigo numa tijela (eu faço a olho mas apostaria numas 400/500 gramas) á qual se junta o fermento dissolvido, um fio de azeite e água q.b. até a massa ficar viscosa. Amassar, amassar, amassar...até que a massa fique completamente homogénea.
Deixar descansar durante uma hora, tapado.
Entretanto vai-se até ao mercado comprar o peixe para o almoço...
A massa deve ter duplicado de tamanho ao fim de uma hora/ uma hora e meia. Os fornos caseiros não são própriamente altos, pelo que se divide a massa em dois, coloca-se sobre um tabuleiro forrado a papel de alúminio e vai ao forno.
Não sei o tempo que demora a cozer, mais uma vez é a olho...O pão está pronto quando estiver douradinho por cima e quando o voltamos ao contrário e lhe batemos com a mão fechada ouvimos um som oco.
Bom apetite!

Friday, October 27, 2006

Neste fim-de-semana vou;

  • Assar um peixinho no assador da minha varanda. De preferência sardinhas. Sei que vou contaminar o prédio inteiro com um cheirete a peixe mas não me vou importar. Vou comê-lo com umas batatinhas assadas bem regadas com azeite galo, que me vai escorrer pelo queixo e que vou molhar com um pãozinho bom que vou fazer no meu forno...ai..ai..
  • Vou usar e abusar da minha piscina. Ficar lá horas. E vou á sauna também.
  • Vou ler pelo menos 4 artigos, sublinhar os pontos essênciais e tentar escrever alguma coisa sobre eles...
  • Vou dormir pelo menos numa das manhãs até um bocadinho mais tarde, obrigar-me a isso. tenho andado tão stressada com tudo que até ao fim-de-semana tenho acordado cedo sem precisar
  • Vou usar e abusar da companhia do João. Disfrutar. Ser simplesmente ser feliz.

Uma semana em paz...

Todos nós temos, e eu não sou excepção a pedra do sapato lá do emprego. Aquele tipo que não larga o osso, a chatinha que têm conversas do arco-da-velha, ou mesmo o patrão possessivo que nos persegue o traseiro para todo o lado. Eu talvez até tenha sorte, já que não tenho nenhuma das espécimens referidas. Tenho contudo uma colega que (como diz a Eva) get´s into my nervs!! Vamos chamá-la de “flausina” para não ferir sensibilidades (até porque este blog até tem link para traduções…). É que esta coisa de fazer críticas públicas têm muito que se lhe diga…não gosto de coisas anónimas mas se há coisa que não quero é estragar ondas…e para já a onda do lab é um se não podes vence-la, junta-te a ela (em relação a mim, claro!) pelo que nas últimas semanas tenho recebido verdadeiras declarações (falsas) de pura amizade.

Ora a flausina está fora esta semana para fazer um workshop em Cambridge e olhando para trás consigo ver que esta semana foi um verdadeiro paradise aqui no lab… não houveram lutas de galo pela liderança na reunião, não houveram críticas pela estação de rádio que eu sintonizo, o próprio Michael andou toda a semana feliz e contente, não houveram bafos de perfume baratos a contaminar as experiências nem fomos invadidos pela contaminação colorida dos pós maquilhantes, não houve sempre alguém a resmungar por tudo e por nada, nem houveram desfiles de roupa pirosa que (alegadamente) custam verdadeiras fortunas ou óculos ray ban a qualquer esquina… Foi bom!

Wednesday, October 25, 2006

A "Fofinha"

Quando era canita arranjaram-me uma gata a que eu pus o nome de “fofinha” (eu avisei que era uma girlie muito girlie!). Quem me deu a gata foi o marido da Joana de S. Simão, não sei bem a que pretexto, lá devia ter uma grande ninhada á qual não sabia o que fazer e lá nos despachou uma.
A gata quando chegou lá a casa era mesmo gatinha de dias. Tanto que nós ao ver tão frágil animal lá abrimos excepção e enfiámo-la dentro de casa. Importa dizer que lá em casa não há por norma animais dentro de casa com excepção do finess do cão da minha avó que sabe-se lá porquê (deve defecar ouro) o pessoal vai deixando o bichano ficar lá em casa…). A ideia era mesmo a gatinha ficar uns tempos lá dentro, digamos umas duas semanitas, e depois seguir “ a lei da selecção natural” lá da casa, e encontrar o próprio espaço algures cá fora. Mas as duas semanas iniciais passaram rápido a duas horas iniciais dada a gravidade do problema que a bichana arranjou lá em casa. Pronto sei que agucei a curiosidade, em breves: a bichana lá se descuidou num local aonde não devia de todo (ri-te ri-te Didi)…e passou a dividir a morada entre o vão da escada e o sótão, mediante as condições atmosféricas e as vontades diárias da dita cuja (é que era fina, hã?).
A fofinha era uma gata branca com manchas amarelas no pelo. Tinha olhos castanhos, uns pézitos de gatinho muito giros, e umas orelhas horríveis todas ratadas…Por falar em ratos ela era a exímia dos ratos e coelhos das redondezas, dava cabo de todos…limpeza geral. Tal como era perita em roubar coisas: uma vez fomos dar com ela a comer uma posta de bacalhau…sabe-se lá a quem é que ela roubou o petisco!
Mas a fofinha não era uma gata mansa como eu queria que ela fosse. A fofinha era bravia e não se deixava mandar, nunca foi a minha gata porque ela era totalmente independente, desaparecia por tempos infinitos e voltava depois como se tivesse ido só ali ao virar da esquina. Em poucas; era uma vadia de primeira e muito mau exemplo para mim naquelas tenras idades... As leviandades da fofinha davam inevitavelmente frutos e, volta não volta, lá a gata andava prenha. Um dia tive inclusivé a oportunidade de a ver parir (sim suas mentes púdicas de a ver parir, que esta palavra só tem de bonito). Saíam gatinhos aos molhos lá de dentro, todos ensanguentados que ela lambia de forma carinhosa. No final e para completar o “show de domingo á tarde” comeu a própria placenta…
O meu coração de menina doce todo se derretia com aqueles pequenos rebentos que teimavam em desaparecer subitamente poucas horas depois do nascimento. Descobri anos mais tarde que a minha mãe tinha “acordo” com a avó Vina para exterminar a ninhada (sim mãe, e não te ofendas porque é verdade, suas serial-gató-killers!!).
Mas passemos á frente…

Lembrei-me da minha gata ontem á noite quando depois de um café forte o meu coração batia ritmado e não me deixava dormir. Pensei aonde andaria, aonde terá ido quando daquela vez que desapareceu mais uma vez sem nunca mais voltar…Acabei por sonhar com ela e vi-a desfilar no seu passo elegante e seguro nos meus sonhos. Invejei-lhe a liberdade e confiança que sempre trazia…aonde andarão os genes da fofinha? Algures…

Tuesday, October 24, 2006

A Mariza no Royal Albert Hall

Tenho hoje a minha alma lusitana elevada ao máximo, comprámos ontem os bilhetes para o concerto da Mariza no Royal Albert Hall, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Deixo-vos com o video da sua última visita a Londres, prevejo uma grande noite...
(sim, por uma noite eu vou voltar a cheirar Portugal, nem que sejam so umas duas horazitas...)

Monday, October 23, 2006

lab for lifetime?

Deitada abro o “From Genes to Genomes” numa página ao calhas..
João- o que é que estás a ler?
Eu- Estou a ler sobre as complex diseases…tenho que começar a pensar em que é que quero fazer o meu primeiro posdoc…(risos)
João- posdoc? Mas tu queres passar a vida inteira metida num laboratório?

Não sei. Mas deixaste-me a pensar.

Wednesday, October 18, 2006

A Viagem - Amesterdão

E finalmente ficam as fotos de Amesterdao!!!
Adorei a cidade, adorei o espírito livre, adorei a forma descontraída daquela gente. Na memória ficaram os lindos canais, as "pilhas" de bicicletas nas ruas (a maioria velhinhas tipo pasteleira...), o red district light (as fotos estão censuradas, desculpem!) e a viagem pelo mundo de Anne Frank.
Pronto eu sou uma lamechas, mas li o diário de Anne Frank na altura em que tinha a idade dela e talvez por isso identifiquei-me por demais com a personagem, entrei dentro do livro e vivi com ela as amarguras e angústias da presseguição/prisão cativa que vivia. Ainda hoje, naqueles momentos mais inspirados relembro a Anne Frank e soletro para mim baixinho um quero continuar a viver depois da minha morte... Para quem nunca deu um cheirinho, experimente. mas com toda a emoção e carinho do mundo...(Por vezes pequenas coisas ganham grande importância dentro de nós, porque será? O João, por exemplo, não entendeu a minha insistência com a Anne Frank...)









Monday, October 16, 2006

A Viagem - Bruxelas

A França foi feita "á pressa" com uma breve paragem por Lyon para descansar (por sinal lindo durante a noite!)

Bruxelas é uma cidade pequenina.Gostei do "centro histórico":








E gostei do Atómio (sim, o atómio surpreendeu-me!!!):

A Viagem - Barcelona II

E eu não podia perder a oportunidade de visitar o Nou Camp. Fica a foto da praxe no autocarro do recinto com o Eusébio atrás (o único recambiado para a frente, vá-se lá saber porquê...será porque os espanholitos já embrulharam as botas á nossa custa? Ou terá sido alguma visita benfiquista?...)



E com o Ronaldinho!! (o rapaz pode ser feio como tudo, mas futebolísticamente é uma verdadeira delícia para os meus olhos...)



Sim, O Freddie Mercury bem que tinha razão: Barcelona....Barcelonaaaaaaa!!

A Viagem - Barcelona I

Passando brevemente por Madrid, fizémos a viajem que física e psicológicamente me deixou pior, até Barcelona. O João começava a queixar-se com dores nas costas, o tempo estava horrível, e realmente Espanha interior não mata ninguém de amores. Sim, é verdade, haviam umas montanhas bonitas, mas é tudo na grande generalidade um imenso deserto decorado aqui e ali com manifestações de orgulho patriótico (que sinceramente não percebo...): os Touros pretos gigantes...

Mas falemos de Barcelona; sim vale a pena! Gostei de tudo na cidade, fascinou-me o puritanismo, com a vida que a própria cidade emana..Espantei-me com a numerosa prostituição que não sendo legalizada é perfeitamente reconhecível a cada canto da cidade, e.. adorei Gaúdi. Ficam as fotos da Sagrada Família:





no interior, os vitrais..lindos!


promenores:


a linda conjugação entre o subjectivo e o objectivo, lindo! sem dúvida o ex libris (para mim) da catedral:

Monday, October 09, 2006

A Viagem - Toledo

Saímos de Tomar tardinho, o primeiro destino: Toledo. Num hotel todo pipi, marcado e pago pelo Nuno (Joãos´s Brother). Toledo é um sítio engraçado. A fazer lembrar as imagens que tenho concebidas da Argélia e Marrocos, de casas pontiagudas, de montanhas áridas. Estivemos pouco tempo mas deu para perceber um cidade aconchegante embora limitada pela enorme quantidade de turistas.
Ficam as fotos da catedral,




(sim, esta tipa jeitosa sou eu!)

Wednesday, September 20, 2006

Europa, prepára-te.

O João vêm a caminho.
Primeira paragem oficial (que talvez não seja já hoje...): Barcelona.
Depois seguem-se Andorra, Amesterdão e Bruxellas obrigatóriamente.
Pelo caminho sei que vou embraçando outros portos sem atracar.
A viajem total pela Europa que desejei em criança afinal nunca se realizou. Vai-se fazendo por etapas, gradualmente, á medida que a vida flui e a carteira enche e esvazia. Os planos de criança saem sempre furados, mais cedo ou mais tarde.

Tuesday, September 19, 2006

Bufa

Hoje está uma bufa. Uma bufa que é como quem diz (ou como a minha mana-sanita diz) está uma brasa, 40 graus á sombra, ou um calor de se cortar-á-faca. Abro a janela e bafeja-me aquele ar seco, que se entranha por dentro secando-me as entranhas queimando-nos como verdadeiros leitões no forno ( ai Bairrada que ás vezes me fazes tanta falta…lembro-me vezes sem conta dessa sandes de leitão que aí comi no dia 31 de Dezembro de uma passagem de ano qualquer na Figueira…ai comidinha da boa!!!)
Este ar deixa-me com uma sede que só água mata. E eu, por terras lusitanas, lá vou sentindo a falta da minha Evian…(qual Frize qual quê!!). A minha mãe sempre me disse que só a água mata a sede, e o resto é conversa. Eu é que me fazia sempre de surdinha e tentava despejar a máxima quantidades de sumos, leites achocolatados e yorgurtes líquidos abaixo pelo meu corpito pequeno e rechonchudo para evitar beber o líquido transparente que transpira vida e que (pelo menos teoricamente) é inodoro. Finalmente, passados alguns anitos (22, ó mãe mas ainda veio a tempo!) lá me deixei eu seduzir pela variedade de águas da Evian….com sabor. A água Evian é captada nos Alpes Franceses (e eu que pensava que os Alpes eram maioritariamente Itália e Suiça, hã?) e é adocicada com frutas naturais. Eu recomendo a de pêssego e laranja, uma verdadeira delícia, a de morango não lhe fica nada atrás, mas o melhor mesmo seria encher a balheira com vários sabores…hum…caprichos…

Sunday, September 17, 2006

prendinhas

Ás vezes dão umas prendinhas dignas de registo, daquelas que ficam escritas nas páginas da vida, resistentes ao tempo.

Friday, September 15, 2006

E eu sou MESTRE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Saí de casa com um ar sofisticado e casual, afinal eu queria ter a nota que merecia (logo acima de tudo tinha que ser eu mesma), mas também não queria parecer que nem sequer me tinha preocupado com a situação. Mal cheguei vi o pessoal todo de vestidinhos e sapatos altos...(Olá..- pensei)..e eu com as minha eternas gangas, sandálias e top. ai ai..

eu para mim própria - Sónia, tu estas aqui para defender a tese, não para mostrares aos tipos o tamanho dos teus seios...logo, estás limpa, não tens buracos ou descosidos e estas penteada e apresentável...não há nada que temer...

Sento-me no cadeirão do corredor e vagueio o olhar pelas paredes nuas. Oiço de burburinho as vozes de quem tinha exame marcado para mais cedo. Penso que devia ter estudado mais para o exame, ou que pelo menos devia ter lido a tese mais uma vez com redobrada atenção. Enervo-me e começo a barafustar comigo própria baixinho...porque é que tenho esta mania tuga de achar que me desenrasco sempre? Tento acalmar-me e por momentos penso na minha estrelinha da sorte que adoçica a minha vida e que (decerto) mais uma vez não me vais deixar ficar mal...Sorrio.
Presa nesta transe oiço ouvir a porta que me leva ao julgamento final ao fim de um ano de mestrado. A minha coordenadora chama-me com um sorriso. Será de ironia, será de gozo? Entro na sala de pernas bamboleantes, toda eu sou tiques que não comando. Irrito-me comigo própria por não ser capaz de me auto-dominar, de me deixar arrastar pela corrente doentia das palpitações nervosas, dos suores, das tremelideiras...

Lembro-me de os ver falar a sorrir e não ouvir. Lembro-me de fazer um esforço grande para perceber a pergunta que aí vinha a caminho...aims? methods?
Depois deixei que o tempo fluísse. Senti-me subir alto e ganhar estofo para contar tudo, deixar falar a minha mente. Percebi que ali o mestre naquela matéria era eu pelos olhares curiosos que recebia. E então deixei-me ir...
that´s it - oiço-a dizer..
already? -pergunto ..fui tudo tão rápido...só isto?

Sorrisos, só vejo sorrisos...
Sorrio.

Monday, September 11, 2006

Oral

Hoje (11th) tenho exame Oral.
Vamos lá ver se eu não fico a ver o mestrado por um canudo...


Friday, September 08, 2006

á rasquinha...

1 bedroom flat/Studio, SE1, max 250pounds per week needed!!

Wednesday, September 06, 2006

frases feitas

"everyone - ai, estas tao bronzeada!!!"

eu :) e penso: pois estou!!! e e lindo ser castanhinha por uns tempos, e bom fazer a diferenca, e bom poder disfrutar das duas faces do espelho...

"everyone - ai, estava-se muito melhor em Portugal com solinho nao estava?"

eu :) e penso: nao, por acaso nem e' verdade...esta calor a mais em Portugal...

"everyone - oh, agora e' melhor preparares-te para o Inverno rigoroso..."

eu :) e digo logo: NAO!!! e' so por uns tempos! Ainda volto a casa para a semana...

Friday, September 01, 2006

Tenho estado de férias. E nas férias, ora digam lá? Não se faz nada!
Pronto, foi isso mesmo que eu fiz. Desliguei a tomada da vida, e voltei a fechar-me, tipo medusa, para mim própria. É bom encher-mos o próprio ego de vez em quando.
Férias. Férias doces,. parte delas vividas na incerteza que se fez certa: a bolsa da FCT. Se Setembro não se lembrar de agoirar (exame oral september the 11th), começo em Outubro o meu PhD…
Vocês confiam em mim não confiam?



Não preciso de agitar-vos a minha bandeira de felicidade pois não?
A vida sabe bem, puseram-lhe pouco sal...

Monday, August 21, 2006

Sabores de casa

Portugal que me sabes a sal, a azeite puro que me escorre pelo queixo, a vinha d’alhos. Cheiros de suor, cheiros de jardim, cheiro a sol e a mar. Sabor a pastilhas de mentol, a sandálias fresquinhas. Cheiro a terra quando chove, cheiro a pó, cheiro a casa, a lençóis lavados pela minha mãe, estrelas no céu.

Monday, August 14, 2006

Stones no Dragão - eu estive lá



Depois das 40 lambidelas que dei em Coimbra (forty licks), não podia perder a Bigger Bang!

Com muita pena minha faltou a Angie e Bitch... mas valeu a pena, pelo espetáculo de som e música, pela imagem, pelo Mick Jagger contagiante, pelo Ron que sobressaiu numa noite em que o Keith Richards estava mais calminho, na sua, (talvez mais velhinho) que nunca...

bem, I can get no satisfaction...

Friday, August 11, 2006

Academic year 2005/2006

Devagar, lentamente vou deixando a pátria que me acolheu. Dentro do meu peito aquele nó pesado que já me acompanha a cada despedida. Não sei o que o futuro me reserva, não sei se fico, se vou, se permaneço ou se volto. A vida volta a ser um bilhete só de ida, sem retorno, nómada.
Enquanto vagueio lentamente para o grande pássaro que me levará a cheirar Lisboa revejo os meus 21 aninhos. Parecem longos e curtos simultaneamente…felizes, sem dúvida. Voltei a crescer mais um bocadinho, tornei-me mais eu, mais pura de dentro. Defeni imensos horizontes e deixei-me levar (SEMPRE) pela vontade perra do meu coração.
Fui mais feliz porque fui inteira, e como dizia o grande mestre, porque pus tudo de mim em tudo o que fiz. Fui egoísta para com os outros, comigo. Não tenho vergonha de assumir: procurei sempre satisfazer-me a mim própria, elevei o meu “preço no mercado”, venerei-me. Apreendi comigo a gostar mais de mim, aquilo que realmente me proporciona bem-estar. Apreendi a viver sozinha, a depender de mim e só de mim, e confesso que gostei!
Sei que valeu a pena. Que não vou nunca esquecer o carinho que recebi sempre desta cidade fria e cinzenta, a felicidade de acordar todos os dias sabendo que a vida têm um propósito. É bom. Foi bom.

Tuesday, August 08, 2006

hibernando...

Estou tipo cobrinha. Agradeço que não telefonem, que não incomodem. Só estou tipo INEM, para urgências. E daquelas com direito a osso á vista e tudo, hã?
Talvez este seja um dos períodos mais decisivos da minha vida, e de uma vez por todas deixem-me ser egoísta e pensar em mim, em mim, em mim e só em mim.

Obrigado!